O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) promoveu na tarde de quinta-feira (1º de fevereiro) mais uma edição do Seminário das Quintas. Nessa edição, a Nota Técnica 112, que tem como tema “Conjuntura do Mercado de Trabalho no Brasil – Análise dos Dados até o Terceiro Trimestre de 2023”, foi a pauta em debate. O estudo conclui que o mercado de trabalho brasileiro segue em processo de recuperação e a população ocupada fechou o terceiro trimestre na casa dos 99,8 milhões de trabalhadores, alta de 0,6% frente ao mesmo período do ano anterior. O segmento formal registrou alta de 1,1%, enquanto os empregos informais tiveram um recuo de 0,1%. A nota aponta ainda que o total de assalariados com carteira de trabalho assinada no Brasil ficou em 48%, superior ao mesmo trimestre de 2022, que foi 47,2%.
Segundo a nota, os setores com maiores índices de formalização de sua força de trabalho são ligados à atividade industrial – indústria extrativa (87,5%), serviços industriais de utilidade pública (80,9%) e indústria de transformação (66,7%) –, bem como os de administração pública (75,0%) e saúde e educação (68,1%), todos com mais de dois terços de sua força de trabalho ocupada em condição formalizada. Por sua vez, os setores de serviços pessoais (17,8%), agropecuária (19,5%), construção civil (24,2%), serviços domésticos (24,5%) e alojamento e alimentação (31,3%) apresentam os menores percentuais, com menos de um terço de sua força de trabalho formalizada.
A pesquisa destaca que a taxa de desocupação foi de 7,7% no trimestre, diminuição de um ponto percentual na comparação com o mesmo período do ano anterior. “Agora já chegando num patamar estacionário, em que cada vez mais fica difícil de diminuir. Nas metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 8 (que tratam de trabalho decente e crescimento econômico), para 2030, o Brasil se comprometeu com uma taxa de 6,9%. Estamos caminhando para isso, mas quanto mais baixa a taxa, mais difícil é de diminuir”, explicou o técnico de planejamento e pesquisa Sandro Pereira Silva, um dos autores da nota. O trabalho também é assinado pelos pesquisadores bolsistas Gabriela Carolina Rezende Padilha e Léo Veríssimo Fernandes, da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais (Disoc).
O Brasil tem um contingente de 8,3 milhões de indivíduos em situação de desemprego involuntário e mais da metade da população ocupada está na informalidade. “Cerca de um terço dessa população de 8,3 milhões em situação de desocupação está nessa condição há mais de um ano. Sabemos que, quanto mais tempo a pessoa se mantém nessa situação de desocupação, mais difícil é sua reintegração (ao mercado de trabalho). É uma população que precisa ser observada e ser objeto de políticas públicas”, completou Silva.
O Seminário das Quintas tem por objetivo avaliar trabalhos realizados pela Disoc. Ele é transmitido ao vivo pelo canal oficial do Ipea no YouTube. Além dos autores dos estudos em debate, outros pesquisadores com notório histórico de produção nos segmentos em pauta participam. Nesta edição, o mediador foi o técnico de planejamento e pesquisa José Aparecido Ribeiro.
Fonte: IPEA gov