Mercado reduz previsão de corte de juros desta semana para 0,25 p.p., mostra Focus

Economistas consultados pelo Banco Central passaram a ver juros mais altos ao final de 2024, com as projeções agora embutindo corte de apenas 0,25 ponto percentual na Selic no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana.

 

O levantamento semanal Focus, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que os economistas elevaram para 10,50% sua estimativa para o patamar dos juros ao final de maio, interrompendo sequência de 38 semanas em 10,25%.

O BC encerrará sua reunião de política monetária de dois dias na quarta-feira (8), em meio a um cenário de incertezas renovadas que levou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, a abrir as portas em abril para o Copom reduzir o ritmo de cortes na Selic, atualmente em 10,75%.

Contudo, sua orientação futura mais recente indica manutenção do ritmo de 0,5 p.p.

Probabilidades implícitas em contratos futuros de juros mostram quase 90% de chance de o BC cortar a Selic em apenas 0,25 ponto percentual nesta semana.

Já economistas consultados em pesquisa da Reuters ficaram mais divididos quanto ao ritmo de afrouxamento monetário do Banco Central na próxima semana, com a maioria agora acreditando numa desaceleração para 0,25 ponto, embora parcela expressiva aposte na manutenção do passo de 0,5 ponto.

A expectativa mediana no boletim Focus para o nível da Selic ao final deste ano subiu a 9,63%, de 9,50% na semana anterior. Para 2025, o prognóstico segue em 9%.

Em relação à inflação, os economistas sondados ajustaram ligeiramente para baixo sua expectativa de alta do IPCA neste ano, a 3,72%, de 3,73% na semana anterior. Para 2025, no entanto, a projeção de inflação subiu a 3,64%, de 3,60% antes.

O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A previsão de crescimento econômico deste ano avançou tímidos 0,03 ponto percentual, a 2,05%, enquanto a estimativa para 2025 ficou inalterada em 2%.

 

Fonte: CNN Brasil